ANTICONCEPCIONAIS E ADOLESCÊNCIA



Ainda há certa desconfiança sobre a utilização dos anticoncepcionais orais na adolescência. Existem muitas dúvidas sobre o uso das pílulas logo no início da vida sexual e possíveis riscos à fertilidade. Mas na maioria das vezes essa desconfiança não passa de mito.

Os contraceptivos orais são formados pela combinação de hormônios, orgânicos ou sintéticos, que agem evitando a ovulação e alterando o muco cervical e o tecido uterino para impedir a fecundação, não interferindo negativamente, no geral são bem toleradas e com poucos efeitos colaterais.

Além do uso das pílulas na adolescência não oferecer riscos à fertilidade, ele ainda oferece benefícios à paciente. Muitas meninas, no início de sua vida reprodutiva, apresentam menstruação desregulada, fortes cólicas menstruais e problemas de pele, como as temíveis espinhas. Os anticoncepcionais orais, por meio dos seus hormônios, auxiliam na regulação do ciclo menstrual e nos demais hormônios envolvidos, regulando assim os sangramentos, reduzindo as cólicas, a oleosidade na pele e, em alguns casos pode melhorar as espinhas.

Vale lembrar que, antes de decidir tomar alguma pílula, é preciso conversar com um ginecologista. Nem todas as mulheres podem tomar pílulas, somente este especialista, por meio de exames clínicos ou laboratoriais, poderá indicar o melhor medicamento para cada adolescente .

Leia Mais Sobre Métodos Contraceptivos


Como escolher o melhor método contraceptivo para você

Os contraceptivos são as principais ferramentas de planejamento familiar. Para saber qual método adotar a mulher deve seguir as orientações de um médico, que levará em consideração o perfil da paciente e também possíveis doenças associadas. Por se tratar de métodos que possuem hormônios não podem ser automedicados.

O ginecologista-chefe do Departamento de Planejamento Familiar do Hospital das Clínicas, em São Paulo, Dr. Nilson Roberto de Melo, afirma que o contraceptivo mais usado no mundo é a pílula combinada de uso diário por ser um medicamento de fácil acesso, disponível em diversas formas e sobre o qual há inúmeros estudos. Ele lembra, no entanto, que este nem sempre é o método mais indicado. “Uma mulher muito esquecida não pode tomar pílula, pelo risco de falha do método. Hoje há recursos tecnológicos que podem ajudar a não esquecer, como os aplicativos para celular que lembram a hora de se medicar, mas é melhor indicar um método que não dependa da lembrança da usuária.”, diz Melo.

Em casos assim, o ginecologista afirma que os métodos contraceptivos de longo prazo, como os sistemas intrauterinos (SIUs) ou dispositivos intrauterinos (DIUs) e os implantes anticoncepcionais, podem ser mais eficazes por dependerem menos da mulher. “A pílula é eficaz se tomada de forma correta, se esquecer, a eficácia diminui. Já o DIU, o SIU e o implante têm a eficácia teórica e prática muito próximas, por isso tem crescido a preferência por esse tipo de método, que pode durar até dez anos”, explica Dr. Melo. Entretanto, o ginecologista lembra que métodos como o DIU/SIU não podem ser utilizados por qualquer pessoa. O médico avalia cada caso individualmente.

Dr. Melo afirma que mesmo com a orientação do médico, a escolha final do método a ser adotado ainda deve ser da paciente. Ela precisa ser informada sobre os riscos e benefícios de cada um. Além disso, o profissional de saúde deve orientá-la corretamente, desaconselhando ou deixando de prescrever contraceptivos que apresentem contraindicações. “O médico não pode impor risco à paciente”, afirma ele.
Fonte: Dr. Sergio dos Passos Ramos CRM17.178 – SP

Os principais métodos anticoncepcionais

Métodos Anticoncepcionais não hormonais
Os métodos anticoncepcionais não hormonais são aqueles em que a contracepção não utiliza hormônio. ivide-se em três tipos: Muito eficientes, eficientes e pouco eficientes.

Muito Eficientes:
DIU – índice de falha 0.1%
Vasectomia e Laqueadura – índice de falha 1%
Abstinência sexual – índice de falha 0%

Eficientes:
Camisinha – índice de falha 8% a 20%
Diafragma – índice de falha 8% a 20%
Camisinha feminina – índice de falha 8% a 20%

Pouco eficientes:
Espermaticida – índice de falha 20%
Método do muco cervical – índice de falha 10% a 20%
Tabelinha – índice de falha 10% a 20%
Coito interrompido – índice de falha 15% a 20%

Métodos Anticoncepcionais Hormonais
Os métodos contraceptivos hormonais são aqueles em que a prevenção da gravidez é controlada por homônios. Divide-se em muito eficientes e eficientes.

Muito Eficientes:
Pílula – índice de falha 0,1%
Injeção anticoncepcional – índice de falha 0,1%
Sistema intraturino liberador de levonorgestrel (SIU) – índice de falha 0,1%
Implante – índice de falha 0,1%
Anel vaginal – índice de falha 0,1%
Adesivo anticoncepcional – índice de falha 0,1%

Eficientes:
Pílula do dia seguinte – índice de falha 5% a 20%
Fonte: Dr. Sergio dos Passos Ramos CRM17.178 – SP

Principais métodos indicados para cada perfil
Adolescentes:
Camisinha
Pílula

Para a mulher que já possui família e não quer mais ter filhos:
DIU ou SIU
Implante
Vasectomia
Ligadura de trompas/laqueadura tubária
Pílula
Injeção anticoncepcional
Adesivo anticoncepcional
Anel anticoncepcional

Para mulher que quer espaçar uma nova gravidez:
DIU ou SIU
Pílula
Injeção anticoncepcional
Implante
Adesivo anticoncepcional
Anel anticoncepcional

Para mulher que está amamentando*:
Camisinha
DIU ou SIU
Minipílula (progestógeno)
Injeção anticoncepcional trimestral

*A mulher que está amamentando não pode utilizar pílulas compostas por dois hormônios.
Os métodos contraceptivos, a tabelinha, o método do muco cervical e o coito interrompido são seguros. Também é normal que durante o período de amamentação não ocorra a menstruação.

Fonte: Dr. Sergio dos Passos Ramos CRM17.178 – SP

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